TIPOS DE ATAXIAS DOMINANTES
DRPLA - Atrofia Dentato-Rubro-Palido-Luisiana: DRPLA é uma enfermidade rara cuja denominação provém das partes do cérebro mais afetadas pela enfermidade. O gene responsável pela DRPLA foi identificado por uma equipe de pesquisadores no Japão, em 1994. DRPLA faz parte de um grupo de desordens neurológicas (que inclui SCA1, SCA2 e SCA3) causadas por uma espécie particular de gene alterado conhecida como repetição expandida de trinucleotídeos. Não se sabe porque os genes que são importantes para o sistema nervoso tendem a apresentar esse tipo de mutação, ou como exatamente estas mutações causam as enfermidades. Mas, sendo as mutações gênicas similares, algumas das respostas para SCA1 e SCA3 podem surgir dos investigadores que estudam DRPLA.
A maioria dos pacientes com DRPLA não se queixam de ataxia, porque outros sintomas são mais proeminentes que a ataxia. De qualquer forma, a ataxia pode ser visível, particularmente a falta de coordenação ou o tremor das mãos e dos braços. DRPLA geralmente conduz a muitas outras anormalidades de movimentos dos membros, incluindo movimentos involuntários (coréia e distonia), tremor e rigidez. A epilepsia (de acesso mioclónico) pode estar presente particularmente naqueles com início dos sintomas na infância ou na adolescência. A presença de epilepsia distingue a DRPLA de outras ataxias.
DRPLA é uma enfermidade autossômica dominante (cromossomo 12). Uma prova genética pode determinar se a mutação gênica está presente ou não. Ainda que nenhum tratamento possa deter a evolução dos sintomas, os medicamentos podem ajudar a controlar ataques, tremores e rigidez.
EA1/EA2 - Ataxia Episódica Tipos 1 e 2: Existem dois tipos diferentes de ataxia episódica; ambas desordens autossômicas dominantes com sintomas em geral começando na adolescência. Os sintomas mais destacados usualmente são episódios de ataxia e disartria (alteração da fala). Em geral na EA1 os episódios são muito breves, com duração de segundos a minutos, e são freqüentemente associados com convulsões musculares. Na EA2 os episódios duram muito mais tempo (horas), não estão associados com convulsões musculares e, com freqüência, o nistagmo (movimento involuntário dos olhos) pode ser observado mesmo entre os surtos. EA2 pode ser tratada e os surtos controlados com acetazolamida, mas esta droga parece não ajudar nos episódios de EA1.
O gene responsável por EA1 (cromossomo 12) foi identificado em 1994 por uma equipe de pesquisadores no Oregon - EUA. Sendo a enfermidade pouco comum e devido a cada família com a doença apresentar uma mutação gênica diferente, a prova genética não é clinicamente disponível. O diagnóstico é usualmente baseado na história do paciente, na história familiar, no exame neurológico, nos resultados de EMG (para caracterizar a convulsão muscular) e na reação a acetazolamida.
Como o gene responsável pela EA2 (cromossomo 19) ainda não foi identificado, ainda que não é possível uma comprovação genética.
SCA 1 – Ataxia de Marie: A ataxia de Marie é também conhecida como ataxia de Pierre Marie, doença de Schut ou ataxia espinocerebelar tipo 1 - SCA1 ou ainda atrofia olivopontocerebelar hereditária (OPCA). As pesquisas em SCA1 começaram nos anos 40, conduzidas por dois neurologistas norte-americanos cujas famílias estavam com suspeita de SCA1. O êxito na pesquisa da SCA1 ocorreu em 1993 quando pesquisadores no Minesota e no Texas - EUA identificaram o gene responsável. A descoberta do gene SCA1 foi somente o início para os pesquisadores, que ainda estão trabalhando para compreender suficientemente bem essa síndrome e encontrar um tratamento efetivo ou até a sua cura. Mas encontrar o gene foi muito importante, porque agora pela primeira vez existe um teste genético capaz de diagnosticar com precisão essa espécie de ataxia.
Os sintomas iniciais da SCA1 geralmente ocorrem na idade adulta, com a média de idade sendo entre os 30 e 40 anos. Os primeiros sintomas usualmente são a falta de coordenação das mãos e a dificuldade de caminhar. As dificuldades com a deglutição e com a fala são freqüentes após alguns anos. Alguns indivíduos desenvolvem sintomas adicionais tais como neuropatia (perda sensorial e de reflexos nas pernas ou nos pés), espasticidade, fraqueza ou lapsos de memória; embora esses sintomas não estejam presentes em todas as pessoas com SCA1. Quando o início dos sintomas ocorre na juventude (antes dos 20 anos), os sintomas adicionais são mais freqüentes. A duração dos sintomas em SCA1 varia de uma pessoas para outra e parecem variar um pouco de uma família para outra.
SCA1 é uma doença autossômica dominante (cromossomo 6); isto significa que indivíduos de ambos os sexos tem a mesma probabilidade de herdar o gene e desenvolver a enfermidade, e que ela passa diretamente de uma geração para outra sem saltar gerações. Um filho de uma pessoa com SCA1 tem uma probabilidade de 50% de herdar o gene alterado.
SCA2 - Ataxia Espinocerebelar Tipo 2: É uma doença autossômica dominante (cromossomo 12) com início na idade adulta e com sintomas similares a SCA1 e SCA3. As pessoas com SCA2 tem freqüentemente, além da ataxia, neuropatia e movimentos muito lentos dos olhos. Cãibras musculares e tremores são os primeiros sintomas em muitas pacientes. O gene foi identificado por pesquisadores na Califórnia - EUA, França e Japão, em 1996, já existindo agora um teste genético clinicamente disponível.
SCA3 - Doença Machado-Joseph: A ataxia ou doença de Machado-Joseph (MJD), também conhecida como SCA3 - ataxia espinocerebelar tipo 3, é uma forma de ataxia hereditária autossômica dominante (cromossomo 14). O nome Machado-Joseph provém dos nomes das duas primeiras famílias descritas com esta condição, em 1972. Ambas as famílias eram originárias das ilhas portuguesas de Açores. Inicialmente pensou tratar-se de uma enfermidade muito rara somente encontrada em certos grupos étnicos isolados, mas a pesquisa genética revelou que a SCA3 é de fato mais comum do que a SCA1. O gene responsável pela SCA3 foi identificado por uma equipe de pesquisadores do Japão, em 1993. Assim como a SCA1, um teste genético pode diagnosticar com precisão a presença ou a ausência do gene alterado que causa SCA3.
Os sintomas podem ser mais amplos do que os da SCA1. Como na SCA1, a enfermidade normalmente começa na idade adulta e progride através dos anos. Já foram constatados casos com início na adolescência e outros até com a idade de 70 anos. Como em todas as formas de ataxia, o primeiro sintoma geralmente é a falta de equilíbrio, seguido depois pela falta de coordenação nas mãos e dificuldades na fala. Alguns indivíduos notam visão dupla. Para o médico, a limitação de movimentos dos olhos, movimentos oculares anormalmente lentos ou o olhar fixo pode ser um sinal de que se trata de SCA3.
Com a evolução, sintomas neurológicos adicionais como espasticidade, rigidez, perda de volume e força muscular e lentidão de movimentos são comuns. Embora ainda não exista tratamento para essa enfermidade, sintomas como fadiga, depressão, distúrbios do sono, dores e tremores, presentes em alguns indivíduos afetados, podem melhorar com medicação adequada.
SCA5 - Ataxia Espinocerebelar Tipo 5: Também conhecida como ataxia de Holmes, devido ao fato do Dr Gordon Holmes ter sido o primeiro a descrever a enfermidade, em 1907, ou ainda ataxia de Lincoln, porque o presidente norte-americano Abraham Lincoln tinha um parente com essa condição. A SCA5 é uma forma de ataxia autossômica dominante (cromossomo 11). Seus efeitos parecem ser muito mais limitados ao cerebelo do que em outras ataxias dominantes. O gene responsável pela SCA5 ainda não foi identificado, assim não existe ainda comprovação genética para essa enfermidade.
O início dos sintomas na SCA5 pode chegar mais tarde que em outras ataxias, em geral depois dos 50 anos de idade. Os sintomas da SCA5 geralmente se restringem a falta de coordenação das mãos, braços e pernas, dificuldade de equilíbrio ao caminhar e disartria. Desde que a mente, a deglutição, a digestão, o controle urinário e a força física geralmente não são afetados, as pessoas com SCA5 normalmente continuam vivendo de forma independente.
SCA6 - Ataxia Espinocerebelar Tipo 6: É uma doença autossômica dominante (cromossomo 19) com teste genético já disponível.
SCA7 - Ataxia Espinocerebelar Tipo 7: Também denominada ataxia cerebelar autossômica dominante tipo 2 ou ataxia com retinose pigmentar, é uma forma de ataxia autossômica dominante (cromossomo 3) na qual os primeiros sintomas em geral se relacionam com a visão. As pessoas afetadas notam mudanças na acuidade visual e na visão das cores. Além dos sintomas de ataxia, podem ser perceptíveis movimentos lentos dos olhos e leves modificações sensoriais ou de reflexos. Os sintomas parecem começar um pouco mais cedo neste tipo do que em algumas outras ataxias de início na idade adulta, com uma média de início entre os 20 e 30 anos. Algumas vezes o início dos sintomas ocorre na infância (foram relatados casos de início aos 4 anos de idade). A pronta identificação desta enfermidade pode ajudar os pacientes a adaptarem-se melhor às modificações de visão e de mobilidade. A prova genética através de teste de DNA já é possível porque o gene já foi identificado.
SCA8 - Ataxia Espinocerebelar Tipo 8: É uma doença autossômica dominante (cromossomo 13).
SCA10 - Ataxia Espinocerebelar Tipo 10: É uma doença autossômica dominante (cromossomo 22).
SCA 12: A Ataxia Espinocerebelar Tipo 12 (SCA 12) é uma forma de ataxia cerebelar autossômica dominante recentemente identificada e associada com uma expansão do trinucleotídeo CAG no cromossomo 5q31-q33 do gene PPP2R2B entre os marcadores D5S436 a D5S470. Pessoas afetadas pela SCA 12 possuem de 55 a 78 cópias desta repetição (alelo expandido).
SCA 17 - Até o presente momento foram descobertas até a ataxia espinocerebelar tipo 17
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